Claro que não é tão simples assim, até porque a forma de interpretação do fluxo de caixa varia de empresa para empresa, tendo como principais fatores de variação a área de atuação e o porte. Mas a atividade sugerida acima – de “fechar o caixa” ao final do dia – é a realidade de muitos comércios de pequeno porte. Independente se é a sua ou não, aqui vão algumas informações e orientações para você gerenciar o fluxo de caixa da sua empresa.
Primeiros passos
Na Internet, há vários modelos de fluxo de caixa disponíveis para download. A maioria é gratuita, porém alguns tem o objetivo de levá-lo para versões mais completas ou serviços financeiros (online e off-line). Se você é empreendedor de primeira viagem, recomendamos um material em PDF elaborado pelo Movimento Empreenda, iniciativa da Editora Globo. Em tom bastante didático, o arquivo explica a finalidade e as partes do fluxo de caixa, além de dar dicas. Para baixá-lo, clique aqui.
Observe que o fluxo de caixa básico é organizado em dia e tem seus itens divididos nestas três principais categorias:
- Saldos: basicamente, tudo o que a sua empresa tem disponível naquele momento, incluindo dinheiro em caixa e conta-corrente;
- Entradas: vendas realizadas ou serviços prestados, independentemente do tipo de pagamento (entra até “fiado”). Receitas financeiras provenientes, por exemplo, de investimentos, também devem ser consideradas.
- Saídas: geralmente (e infelizmente), é a maior lista, incluindo pagamento de fornecedores, serviços públicos (água, luz e etc.), aluguel, impostos, tarifas e tudo mais que sai da sua empresa.
Ao término do dia, temos um “saldo operacional”, que é a subtração das entradas pelas saídas e, finalmente, o “saldo final”, que é a soma do primeiro resultado com os saldos lá do início. Este será também o “saldo inicial” do dia seguinte.
Além de não esquecer de registrar nenhuma entrada ou saída, a principal dificuldade na gestão do fluxo de caixa é saber em qual momento efetuar cada registro. Vendeu um produto e recebeu o pagamento à vista? O valor entra na data corrente. O pagamento não foi à vista e sim no cartão de crédito? O valor deve ser inserido no dia previsto para crédito por parte da operadora, descontada a taxa de administração. Vale o mesmo para as saídas. Se você comprou alguma matéria-prima e negociou com o fornecedor o pagamento para o mês seguinte, jogue o valor na data correspondente.
Lembra que sugerimos de você registrar até o “fiado”? Pois suponhamos que o cliente prometeu pagar em um determinado dia, mas não o fez. O valor deve ser registrado como “entradas não realizadas”. Enfim, todo o dinheiro que entra e sai da sua empresa deve estar no fluxo de caixa.
Fluxo de caixa projetado
O que você fez até o momento também pode ser chamado de fluxo de caixa “realizado” – mesmo os registros efetuados em datas futuras. Há também o fluxo de caixa “projetado”, uma ferramenta crucial no planejamento de empresas novas ou em operação. Consiste em tentar prever todas as entradas e saídas de dinheiro com base em informações já obtidas – no caso das empresas em operação, evidentemente o fluxo de caixa “realizado” é a principal fonte – e estimativas.
Desnecessário dizer que a dificuldade de se projetar um fluxo de caixa é muito maior para empresas iniciantes. A saída é jogar com as informações já obtidas, como por exemplo o valor do aluguel de uma loja ou um fornecedor cujos valores já foram negociados. Quanto ao resto, é necessária muita pesquisa de mercado. Esperamos tê-lo ajudado, mas vai aí outra sugestão de material para download: um modelo de planilha de fluxo de caixa elaborado pelo Sebrae. O arquivo pode ser acessado aqui.