A história do franchising possui versões diferentes sobre o exato momento em que este modelo de negócios surgiu. Há correntes que afirmam que possa ter iniciado ainda durante a idade média, conduzido pela Igreja Católica.
Isto baseado no modelo de concessão de licenças ou franquias para senhores de terra, em que estes tinham, como responsabilidade, a coleta de impostos e taxas a serem encaminhados para a Igreja.
Sobre o início do modelo comercial propriamente dito, pode-se considerar como pioneira a fabricante de máquinas de costura Singer & Co, que em 1862 começou um processo de cessão do direito de uso da sua marca e da comercialização de produtos, a comerciantes independentes.
A Singer, sediada em Nova Inglaterra, permitia a utilização de seus métodos de operação e as vendas podiam ser realizadas em cidades e vilarejos. Este padrão de operação inspirou empreendedores, como Martha Matilda Harper, a criadora dos salões de beleza. Ela era uma empregada doméstica canadense que desenvolveu uma fórmula secreta de shampoo em 1888 e viu nisto uma oportunidade para lançar um negócio inovador.
Economizando 360 dólares, ela abriu o primeiro salão de beleza público, em uma época em que apenas 17% das mulheres trabalhavam, quando não havia o hábito de se expor em público, realizando cuidados com pele e cabelo.
Martha Harper também desenvolveu um forte conceito e valores relacionados ao seu serviço, em que transmitia aos clientes a ideia de que a beleza física e espiritual eram fundamentais para o alcance do equilíbrio.
Após um grande sucesso, seu negócio atraiu a atenção e interesse de investidores e o modelo de salão de beleza se espalhou pelo mundo, de acordo com um formato de capacitação dado a ex-operárias que seguiram o padrão do negócio e valores semeados pela empreendedora, desenvolvendo, assim, o formato de franquias que conhecemos.
O grande salto na história do franchising
Empresas de diversos segmentos, como a General Motors, em 1898, e a Coca-Cola, em 1899, passaram a adotar sistemas de franquias e se tornaram grandes referências, até que no início do século XX a popularidade cresceu ainda mais, chegando ao setor alimentício, conquistando mercearias e mercados (grocery stores).
Em 1925 surgiu a primeira franquia de fast food, a A&W e este movimento não parou de crescer, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, pois, com o fim da guerra, passou a existir uma demanda muito maior de empregos, o que motivou a abertura de novos negócios. Especialmente nos Estados Unidos, muitos soldados recém chegados da guerra, que acabaram encontrando oportunidades em franquias como a Hertz (locação de veículos) e a Roto Rooter (limpeza de encanamentos).
Em 1955, com o lançamento do McDonald’s, uma das maiores referências mundiais de franquias, a expansão e a divulgação do modelo de franquias revolucionou ainda mais a história do franchising.
No Brasil, os principais responsáveis pela introdução deste sistema foram os cursos de inglês Yazigi e CCAA, no início dos anos 60, e, graças à criação da Associação Brasileira do Franchising (ABF), na década de 80, e a promulgação da Lei de Franquia no 8.955/04, em 1994, o setor se tornou ainda mais sólido e promissor no país.
Diferentes modelos de Franchising
O modelo de franchising passou por modificações e adaptações, de acordo com o momento histórico no qual se enquadrava. Até chegar ao padrão conhecido atualmente, ele passou pelas seguintes fases:
Primeira Geração: Franquias de Produto e Marca – Licenciamento da marca ao franqueado, com direito à distribuição de produtos sem exclusividade, ou seja, os produtos também poderiam ser encontrados em outros varejistas além dos franqueados.
Segunda Geração: Franquias de Produto e Marca – Cessão da licença da marca ao franqueado, com direito à vende exclusiva dos produtos.
Terceira Geração: Franquias de Negócio Formatado – Além da licença de uso de marca, também passou a ser ofertado o know-how operacional da rede, incluindo assessoria do franqueador ao franqueado.
Quarta Geração: Franquias de Rede de Aprendizado Contínuo – Modelo atual, em que, além da transmissão do conhecimento da rede, franqueado e franqueador possuem participação ativa na tomada de decisão estratégica e evolução do modelo de negócio.