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Negócios olímpicos: como tirar proveito do evento esportivo e ganhar o pódio

O Rio de Janeiro estará nos holofotes de toda mídia e turistas mundiais nos próximos meses. A chegada dos Jogos Olímpicos já vem mexendo com a rotina de alguns setores da economia e a expectativa é que eles sejam uma alternativa para amenizar a crise no Estado, que perdeu muito com o corte dos royalties do petróleo no ano passado. Para se ter uma ideia, apenas Quissamã, cidade no norte Fluminense, deixou de arrecadar mais de R$30 milhões.

Sob o ponto de vista do varejo, os comerciantes podem se beneficiar, e muito, se souberem aproveitar as oportunidades que um evento esportivo dessa magnitude proporciona. Diferentemente da Copa, as competições acontecem de maneira mais dispersa e serão raras as exceções de empresas que encerrarão expediente mais cedo para que seus colaboradores consigam acompanhar os jogos. A menos que alguma equipe brasileira de vôlei, basquete ou futebol – esportes mais esperados pelo público brasileiro – chegue à final.

A sugestão, então, é que os varejistas fiquem atentos para o movimento de mercado que já está surgindo, preparando ações para atrair o público, como, por exemplo, criar eventos especiais nas datas dos jogos, com telões estratégicos e promoções para grupos. Os canais de TV a cabo estarão transmitindo os Jogos Olímpicos na íntegra, um deles, inclusive, estará com 16 canais voltados para as competições.

Além disso, o varejo brasileiro de produtos populares licenciados, como canecas, camisetas e bonés, estará em alta durante o mês em que o evento será realizado. Ampliar o mix da loja, agregando coleções pertinentes aos itens já comercializados é uma outra saída para tentar faturar mais nesse período. De toda forma, o comerciante deve ficar atento para não investir muito alto e acabar com um estoque muito grande. Toda ação deve ser muito bem planejada.

Outro setor que deve embarcar no time das Olimpíadas para faturar é o de materiais esportivos, afinal este segmento é o que mais é lembrado nesta época, por diferentes públicos: crianças, adolescentes, adultos ou terceira idade. O espírito olímpico fica mais aflorado e a população acaba consumindo mais itens como: roupas especiais para prática esportiva, tênis, calçados específicos, além de serviços, como: academia, clubes etc. Nos países que antecederam o Brasil nos Jogos Olímpicos, por exemplo, esse segmento teve crescimento de 15% nas vendas durantes o período do evento.

Além disso, os segmentos de turismo e hotelaria também se beneficiam, em especial, os negócios localizados na cidade sede, já que o cenário político-econômico desfavorável impediu que investimentos fossem realizados em outros estados para que estes pudessem aproveitar o fluxo de turistas, tanto estrangeiros quanto nacionais – vale lembrar que dos 7,5 milhões de ingressos disponíveis, 5 milhões são destinados ao público brasileiro e apenas 2,5 milhões serão vendidos no exterior.

É bom lembrar também que se os brasileiros estivessem com dinheiro no bolso, o resultado poderia ser muito mais positivo. A falta de verba está fazendo com que a festa fique também mais enxuta. Segundo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, o número de colaboradores foi reduzido: de 77 mil para 55 mil, e está havendo contenção despesas com a decoração das festividades, tudo para diminuir em 10% o inicial orçamento total, cotado em R$ 7,4 bilhões.

De maneira geral, cabe salientar que as Olimpíadas deixarão seu legado de maneira positiva para os negócios do Rio de Janeiro, como melhoria no transporte, com novas linhas de ônibus e metrô, maior acessibilidade de bairros afastados ao Centro da cidade e ao aeroporto do Galeão, na educação, onde diversas instalações do Parque Olímpico da Barra, da Arena do Futuro e da Arena Carioca; irão se transformar em novas escolas após os Jogos. Mas, certamente, o resultado final poderia ser ainda melhor e abrangendo todo o Brasil não fosse a atual conjuntura. Que a crise não afugente também as medalhas, por que, assim como em qualquer disputa, quem acredita sempre alcança.