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Negócios olímpicos: como tirar proveito do evento esportivo e ganhar o pódio

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Por  Luis Henrique Stockler  |  Consultor de Franquias Publicado em 16 de fevereiro de 2016 | Atualizado em 02 de setembro de 2019

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O Rio de Janeiro estará nos holofotes de toda mídia e turistas mundiais nos próximos meses. A chegada dos Jogos Olímpicos já vem mexendo com a rotina de alguns setores da economia e a expectativa é que eles sejam uma alternativa para amenizar a crise no Estado, que perdeu muito com o corte dos royalties do petróleo no ano passado. Para se ter uma ideia, apenas Quissamã, cidade no norte Fluminense, deixou de arrecadar mais de R$30 milhões.

Sob o ponto de vista do varejo, os comerciantes podem se beneficiar, e muito, se souberem aproveitar as oportunidades que um evento esportivo dessa magnitude proporciona. Diferentemente da Copa, as competições acontecem de maneira mais dispersa e serão raras as exceções de empresas que encerrarão expediente mais cedo para que seus colaboradores consigam acompanhar os jogos. A menos que alguma equipe brasileira de vôlei, basquete ou futebol – esportes mais esperados pelo público brasileiro – chegue à final.

A sugestão, então, é que os varejistas fiquem atentos para o movimento de mercado que já está surgindo, preparando ações para atrair o público, como, por exemplo, criar eventos especiais nas datas dos jogos, com telões estratégicos e promoções para grupos. Os canais de TV a cabo estarão transmitindo os Jogos Olímpicos na íntegra, um deles, inclusive, estará com 16 canais voltados para as competições.

Além disso, o varejo brasileiro de produtos populares licenciados, como canecas, camisetas e bonés, estará em alta durante o mês em que o evento será realizado. Ampliar o mix da loja, agregando coleções pertinentes aos itens já comercializados é uma outra saída para tentar faturar mais nesse período. De toda forma, o comerciante deve ficar atento para não investir muito alto e acabar com um estoque muito grande. Toda ação deve ser muito bem planejada.

Outro setor que deve embarcar no time das Olimpíadas para faturar é o de materiais esportivos, afinal este segmento é o que mais é lembrado nesta época, por diferentes públicos: crianças, adolescentes, adultos ou terceira idade. O espírito olímpico fica mais aflorado e a população acaba consumindo mais itens como: roupas especiais para prática esportiva, tênis, calçados específicos, além de serviços, como: academia, clubes etc. Nos países que antecederam o Brasil nos Jogos Olímpicos, por exemplo, esse segmento teve crescimento de 15% nas vendas durantes o período do evento.

Além disso, os segmentos de turismo e hotelaria também se beneficiam, em especial, os negócios localizados na cidade sede, já que o cenário político-econômico desfavorável impediu que investimentos fossem realizados em outros estados para que estes pudessem aproveitar o fluxo de turistas, tanto estrangeiros quanto nacionais – vale lembrar que dos 7,5 milhões de ingressos disponíveis, 5 milhões são destinados ao público brasileiro e apenas 2,5 milhões serão vendidos no exterior.

É bom lembrar também que se os brasileiros estivessem com dinheiro no bolso, o resultado poderia ser muito mais positivo. A falta de verba está fazendo com que a festa fique também mais enxuta. Segundo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, o número de colaboradores foi reduzido: de 77 mil para 55 mil, e está havendo contenção despesas com a decoração das festividades, tudo para diminuir em 10% o inicial orçamento total, cotado em R$ 7,4 bilhões.

De maneira geral, cabe salientar que as Olimpíadas deixarão seu legado de maneira positiva para os negócios do Rio de Janeiro, como melhoria no transporte, com novas linhas de ônibus e metrô, maior acessibilidade de bairros afastados ao Centro da cidade e ao aeroporto do Galeão, na educação, onde diversas instalações do Parque Olímpico da Barra, da Arena do Futuro e da Arena Carioca; irão se transformar em novas escolas após os Jogos. Mas, certamente, o resultado final poderia ser ainda melhor e abrangendo todo o Brasil não fosse a atual conjuntura. Que a crise não afugente também as medalhas, por que, assim como em qualquer disputa, quem acredita sempre alcança.

Luis Henrique Stockler

Consultor de Franquias

Graduado em Administração de Empresas pela FGV, especializado em Marketing pela ESPM e MBA’s de Gestão pelo ITA/ESPM. Palestrante credenciado na ABF e, na área acadêmica, ministra aulas de gerenciamento de franquias e marketing na FIA/PROVAR e gerenciamento imobiliário para varejo na FGV-SP.

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