Quando uma pessoa decide por comprar uma franquia, ela está na prática apostando nas vendas e nos resultados futuros, tendo como referencial as experiências do franqueador na operação do negócio. Estes dados são realmente importantes, contudo, é preciso fazer uma boa avaliação do projeto de investimento, considerando, sobretudo, as características da localidade onde pretende instalar a franquia.
As franquias são consideradas negócios de riscos mais reduzidos, porque, na maioria das vezes, são frutos de uma experiência bem sucedida de empresários que vivenciaram todo ciclo de evolução da empresa franqueadora fazendo os ajustes necessários, aprendendo “com os próprios erros”. E ao decidir pela expansão via franquias, certamente fizeram um estudo financeiro, comprovando a viabilidade para abertura de unidades franqueadas em locais compatíveis com o perfil do negócio. Entretanto, todo candidato a franqueado deve estar consciente de que como empresário ele está sujeito a riscos. Então, como administrar os riscos de uma franquia?
Vamos aqui entender o que é risco. Lawrence J. Gitman, em Princípios de Administração Financeira (Ed. Harbra) descreve o risco como a “possibilidade de que os resultados realizados possam diferir daqueles esperados”. Como avaliar então o risco na compra de uma franquia? Primeiro é preciso analisar bem a proposta de franquia e a empresa franqueadora. Pode-se começar pelos balanços e demonstrações financeiras que são entregues junto com a circular de oferta da franquia, e com eles recorrer a um contador de confiança para analisar a solidez da empresa franqueadora. A segunda providência é buscar informações junto aos franqueados já existentes, saber se estão satisfeitos com a franquia.
Estando tudo certo até esse ponto, cabe ao candidato fazer a sua própria análise de investimento. Para isso ele já deve ter em mãos os custos necessários à operação do negócio: aluguel, condomínio, IPTU, e outras taxas; custo de aquisição dos produtos comercializados e /ou outros de acordo com o segmento; todos os pagamentos mensais fixos e variáveis, como por exemplo, contador, taxas da franquia, folha de pagamento, comissões, impostos e tarifas públicas. Estes dados devem ser organizados em uma planilha de fluxo de caixa junto com a projeção de receitas, que deve ser feita com base nos dados passados pela franqueadora, e franqueados da rede se possível, considerando as características do mercado em que irá atuar, e as dificuldades iniciais de qualquer negócio.
Através do fluxo de caixa projetado é possível obter o ponto de equilíbrio operacional, ou seja, qual o volume de receita necessário para pagar todos os custos, sem lucro ou prejuízo. É possível também projetar o retorno do investimento (“payback”).
Existem outros métodos de se analisar um projeto de investimento em uma franquia, considerando o custo do capital investido no tempo. Qualquer que seja o método utilizado, o importante é destacar que através de um estudo financeiro bem elaborado é possível ter uma boa noção do risco do negócio, lembrado que quanto maior for o risco, maior retorno será exigido.