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Cadê o cotidiano? Saiba como agir na volta ao novo normal

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Por  Carlos Ruben Pinto  |  Diretor Executivo na MDS Franchising Publicado em 22 de abril de 2020 | Atualizado em 20 de outubro de 2020

Até poucos dias seria um absurdo dizer que o mundo iria parar, e não é que parou? Estamos vendo as maiores cidades do mundo vazias. Nosso lugar no mundo está bem ameaçado. Não entendemos quase nada do COVID-19, os especialistas ainda conhecem pouco sobre ele e o mundo inteiro trabalha para identificar medicamentos que nos ajudem no curto prazo, enquanto renomados cientistas estão pesquisando a vacina salvadora. Acreditamos na capacidade, habilidade e tecnologias que o mundo tem. A questão agora é o tempo.

Uma nova realidade se impôs e suspendeu a realidade anterior. Cadê o nosso cotidiano? O pão nosso de cada dia está ameaçado. Tem muita gente, mas muita gente mesmo lutando pela sobrevivência e, ao mesmo tempo o mundo tem se mostrado mais solidário – que bom, somos humanos.

É uma crise que também colocou em jogo a sobrevivência das empresas, a manutenção dos empregos e o futuro, comprometendo a geração de novos postos de trabalho. As nossas expectativas e sonhos estão abalados.

Tem outra crise que me causa medo, muito medo, não me esqueço dela, mas também não quero abordá-la aqui. É a crise política. Mas vou ser simples: os governantes não deveriam “bater boca” entre si e travar batalhas que inviabilizam o Brasil. Deveriam sim é se unir e trabalhar junto, sobretudo as áreas da saúde e da economia, além da necessária sintonia entre os três poderes.

Entender a crise para crescer na crise

A crise do Covid-19 pode ser dividida em quatro estágios:

No primeiro momento tudo piora, parece que “tudo teima em ser tão ruim”, é quase um pânico. No estágio seguinte a nova realidade vai se impondo – as pessoas começam a descobrir que o momento pede o corte de despesas – em casa e nas empresas. Ao mesmo tempo aflora um senso de pertencimento – mesmo isolados, estamos juntos; e com isso entendemos que é preciso cuidar das pessoas, da saúde, dos relacionamentos e fazer crescer a fé e a confiança.

Nas empresas, apesar de todas as dificuldades, é preciso manter a eficiência na operação. Entender que é possível fazer um bom trabalho, mesmo que a longa distância. É nesse sentido que novas habilidades estão sendo exigidas, como por exemplo, a autodisciplina, o uso de novas tecnologias para se comunicar, colaborar e ser produtivo.

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Vencido o medo, o pânico e entendido a nova realidade, chega-se ao terceiro estágio – o da colaboração, da compreensão e solidariedade. Este é o momento da busca de apoios mútuos. É a hora do “vamos encontrar a melhor solução para todos”. O bom deste momento é o fato de não termos escolhas, a realidade se impõe de forma transparente, cruel e igual para todos. A saída é a conduta colaborativa.

Se todos entendem que precisam colaborar, então entramos no quarto estágio: o de negociar, o de buscar alternativas. É com ele que vamos começar a construir o futuro, entendendo que o amanhã dependerá das decisões tomadas hoje. Espera-se mais sensatez, mais paciência – é preciso saber escutar, saber se controlar e nunca responder sem pensar. A conversa agora envolve analisar os propósitos comuns, saber se relacionar e valorizar o outro, sozinho já não se vai muito longe, senão a lugar nenhum.

O que deverá mudar?

Muita coisa vai mudar ou já está mudando. Mudou a forma de olhar o mundo – a visão sistêmica e global do mundo passa a ser mais compreendida, o que acontece do outro lado do mundo nos afeta sim, e como!

As empresas com suas equipes trabalhando em casa mudou a visão das pessoas, cada uma está aprendendo a fazer sua melhor gestão do tempo; descobrindo a importância da disciplina e do foco no trabalho. Tornou-se necessário pensar no valor percebido dos serviços e resultados que querem entregar à empresa para as quais trabalham. Cresce a responsabilidade.

Por outro lado, muitos líderes estão aprendendo a deixar de ser tão controladores e passando a aprimorar os interesses, melhorar a capacidade de se comunicar e de serem mais orientadores, bons facilitadores. Produtividade e resultado final continuam sendo o que interessa.

Todos, equipes e líderes necessitam estar a cada dia mais alinhados com o objetivo principal da empresa. A confiança mútua é o grande aprendizado, a coerência, colaboração e a determinação de todos deve melhorar a performance. Cresce com a empresa quem mais colaborar.

Na volta ao novo normal

As empresas depois da crise, possivelmente voltam com uma nova visão do mundo, criando novos processos, novas práticas e reposicionando os preços. Voltam negociando mais e buscando novos caminhos, somando esforços e competências, integrando, cooperando. Sabem que não vai valer recuperar a qualquer custo, e sim, recuperar com as melhores práticas.

O que vai dar vida a empresa é a liderança do empresário que emerge dessa crise. Vai ser preciso inspirar, e sem utopia, recriar a empresa de forma consciente e coerente com a nova realidade. Enquanto isso, vamos juntos nos movendo neste universo de incertezas, acompanhando o que acontece a cada dia, buscando conhecer o que é possível e verdadeiro sobre essa pandemia.

Seguimos modificando nossa história, mudando os caminhos, melhorando relacionamentos, compartilhando valores, sendo coerentes, transparentes, respeitando as pessoas, inspirando, gerando confiança e certamente, ao final de tudo isso, com novas atitudes, novas habilidades, com respeito e generosidade faremos um mundo melhor. Não podemos esquecer o que disse nosso mestre Peter Drucker: “O maior perigo em tempos de turbulência não é a turbulência em si – é agir com a lógica de ontem.”

Carlos Ruben Pinto

Diretor Executivo na MDS Franchising

Diretor Executivo da MDS Franchising & Negócios, consultor do Sebrae Nacional e instrutor homologado pela ABF. É especialista em Canais de Distribuição, Varejo e Franquias.

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