O franchising como sistema de expansão, permite o desenvolvimento de uma rede tanto interna como externa, pois negócios completamente formatados, manualizados, amparados por um rígido programa de capacitação, formam o pacote ideal de transferência de know-how que poderá fazer do franqueado, seja ele nacional ou estrangeiro, um bom gestor da franquia. Contudo, a análise da internacionalização da franquia depende do tipo de negócio que se quer exportar.
Porém, realizar a expansão internacional da rede de franquias é bom aprender um pouco com as operações internacionais que se instalaram aqui. Sem precisar citar marcas, podemos afirmar que as operações estrangeiras que mais deram certo aqui são aquelas mais rigorosas no processo de seleção de seus franqueados. E, sobretudo, apesar das diferenças entre os países, sabem ser localmente, bem rigorosas quanto ao cumprimento dos padrões de operação.
Isto quer dizer que para promover a expansão internacional é exigido do franqueador muito mais preparo, além da capacidade de investimento e pesquisa sobre o país alvo. Em um primeiro momento é necessário estudar muito o território de destino, os aspectos legais, os controles ou regras do governo, que possam vir a onerar a operação. É necessário que se elabore um cuidadoso estudo de viabilidade econômica, buscando informações sobre as operações comerciais do país para onde a franquia pretende expandir. Além disso, é fundamental verificar se há estabilidade política, investigar como as empresas estrangeiras lá instaladas movimentam seus recursos, e se encontram dificuldades para enviar seus lucros para o país de origem.
Para provocar uma maior reflexão, antes da decisão de internacionalizar a marca, vamos colocar aqui algumas importantes questões: Como a franquia está no mercado interno? Já foi bem testada no Brasil? A operação está consolidada, e é lucrativa? Há lá fora mercado para os produtos ou serviços? Como será que o governo do território de destino vê as questões de importação de know-how? Será que a operação comercial a ser implantada lá encontrará proteção legal, quanto ao sigilo ou segredo de negócio? Quais são os custos de importação de máquinas, equipamentos e/ou insumos? Quais são os custos com a folha de pagamento na localidade, ou seja, que aspectos da legislação trabalhista, da previdência e benefícios a unidade franqueada terá que seguir? Será que o país alvo impõe limitações para o envio de royalties de lá para cá?
Como será feito o processo de prospecção e seleção de franqueados lá fora? É importante verificar se a expansão internacional está sendo criada para aproveitar a oportunidade surgida através de um candidato estrangeiro, que vislumbrou o mercado, de fora, e assim, se candidata a ser o primeiro em uma operação internacional. Esta situação acontece todo dia no Brasil. Neste caso, pode ser que o primeiro candidato não seja lá o ideal. Sabemos das dificuldades em selecionar o franqueado ideal aqui, portanto, para fora do país, o fundamental será definir bem estes procedimentos, ter o maior cuidado e ser muito mais criterioso.
Deve-se ficar atento e buscar conhecer as exigências legais para, daqui, preparar a operação, cuidando de sua adequação às normas legais do território de destino. Isto remete, reforçando o que já foi dito, a conhecer com antecedência detalhes da legislação, tributação e da contabilidade, e sobretudo, ter especial atenção às normas ligadas ao câmbio e remessa de lucros. Afinal, a exportação da marca é para gerar resultados aqui.
Carlos Ruben Pinto
Diretor Executivo na MDS FranchisingDiretor Executivo da MDS Franchising & Negócios, consultor do Sebrae Nacional e instrutor homologado pela ABF. É especialista em Canais de Distribuição, Varejo e Franquias.
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