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Como descobrir qual o momento de encerrar a relação franqueador-franqueado

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Por  Arlan Roque  |  Gerente de Expansão e Novos Negócios na franquia Cacau Show Publicado em 07 de abril de 2014 | Atualizado em 02 de setembro de 2019

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Relação franqueador-franqueado: ninguém celebra um contrato com pensamento de rompê-lo antes do prazo combinado ou imaginando o final da relação, mas no decorrer, como descobrir qual o momento de encerrar a relação?

Como escrito no início do artigo, quando formalizamos uma relação contratual de parceria através do sistema de franquias, normalmente isso se dá seguido de uma comemoração, afinal, um novo negócio está surgindo e espera-se que deste novo negócio haja prosperidade e crescimento.

Já tive oportunidade de conhecer franqueados que estão há mais de 20 anos juntos com seu franqueador e outros casos que em poucos meses, houve o rompimento.

Vejamos algumas situações práticas do dia a dia:

Na situação abaixo, temos um caso de longevidade da relação franqueador-franqueado:

“Quem iniciou a franquia foi meu pai. Pegou o início do negócio, quando o franqueador estava se estruturando. Com o passar do tempo fui acompanhando o negócio. Cresci vendo meu pai trabalhar. Há alguns anos ele decidiu parar a atividade e dei continuidade. Não tive problemas com o franqueador, pois já apoiava meu pai no negócio e conhecia desde o Consultor de Campo ao presidente da franqueadora”

Neste caso temos uma típica situação de identificação com o negócio, perenidade da franquia e processo de sucessão naturalmente bem resolvido.

Nesta próxima situação, temos três irmãos que eram sócios em três unidades da mesma franqueadora. Permaneceram durante seis anos com as unidades.

“Caro franqueador, durante o tempo em que estivemos com vocês, gostamos muito do negócio. Como recomendado, nos dedicamos integralmente e sentimos que isso fez a diferença no negócio, pois realmente ganhamos dinheiro, dentro das expectativas que nos foram geradas. Respeitamos muito vocês, mas sentimos que nosso ciclo se encerrou. Vamos deixar o negócio, viajar um pouco e decidir o que faremos. Sabemos que o contrato está em andamento e não desejamos quebrá-lo, principalmente porque sempre tivemos uma relação franqueador-franqueado baseada em respeito que sobrepõe o contrato de franquia. Gostaríamos de seu entendimento e apoio para repassar as unidades.”

Vejam que houve um posicionamento maduro por parte dos franqueados. Neste caso, cabe ao franqueador compreender a posição de seus franqueados, mas principalmente buscar entender o que poderia ter sido feito para que estes franqueados continuassem a enxergar atratividade no negócio e prosseguissem com a franquia, já que eram bons gestores e, em muitos casos, o repasse de três unidades franqueadas em um único momento, por melhores resultados que possuam, pode representar grande impacto na gestão do franqueador.

Observe ainda esta outra situação. Com dois meses prévios ao vencimento do contrato de franquia, o franqueador chamou o franqueado para uma reunião:

“Caro franqueado, temos ao longo destes últimos anos, tido uma relação que não tem sido boa para você e nem para nós. Tivemos algumas oportunidades de tentar acordos, mas reconhecemos que não houve habilidade de ambas as partes nesse sentido. Em breve, o contrato de franquia vencerá e gostaríamos de forma muito respeitosa nos posicionar no sentido de não renovarmos. Entendemos que é possível, desde que você deseje, o repasse da unidade. Caso não deseje o repasse e pretenda continuar outra atividade no local, compreenderemos, no que é importante avaliar a viabilidade, pois você investiu capital neste local.

Claro que na situação acima, o franqueado pode não aceitar com tanta facilidade. A lógica seria o franqueado não querer continuar no negócio, uma vez que o contrato está prestes a vencer e o franqueado já demonstrou seu descontentamento com a gestão deste franqueado, no entanto, já tive a oportunidade de presenciar situação semelhante em que o franqueado buscou medidas judiciais para continuar o contrato e uma das situações que permitiu essa continuidade foi a ausência de pontos concretos na gestão do franqueador, que comprovassem a gestão ineficaz do franqueado.

E ainda, tive a oportunidade de ouvir o seguinte:

“Não aguento mais. Não vejo a hora de terminar este contrato de franquia para terminar logo isso”

Ora caro franqueado, neste caso, não torne seu dia a dia uma tortura. Uma das situações que qualquer negócio deve proporcionar é satisfação pessoal. Neste caso, sugiro uma conversa franca com seu franqueador para de forma amigável, romperem o contrato de franquia, seja com o repasse que normalmente é mais benéfico para ambas as partes, seja com o encerramento efetivo da unidade, se for o caso. A pior situação é a franquia ser um fardo para o franqueado e em contrapartida ser também um fardo para o franqueador.

Pois bem caro leitor, esse artigo não esgota o tema, pelo contrário, somente tem o objetivo de estimular a explorar situações que possam surgir, derivadas do tema em questão, mas a principal mensagem que pretendo deixar é sempre sobre a avaliação madura e profissional da relação entre franqueador e franqueado, que vai muito além das cláusulas expressas no contrato de franquia.

Analise, informe-se, faça bons negócios e, não esqueça de deixar o seu comentário sobre o que achou do artigo!

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Arlan Roque

Gerente de Expansão e Novos Negócios na franquia Cacau Show

Especialista em franchising e Gerente de Expansão de franqueadora líder no segmento de chocolates finos, com mais de 2.000 unidades no Brasil. Além de diversos cursos na área, foi membro da primeira turma do MBA em Gestão de Franquias pela Fundação Instituto de Administração em parceria com a ABF. Colunista sobre assuntos ligados ao Franchising e instrutor da Academia do Franchising pela ABF/ESPA.

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