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Varejo em ano de estagnação e recessão

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Por  Luis Henrique Stockler  |  Consultor de Franquias Publicado em 03 de abril de 2015 | Atualizado em 02 de setembro de 2019

recessao

Apertar o cinto. Esse será o lema de todos os setores para o ano de 2015. O jargão “o ano só começa mesmo depois do Carnaval” não será compatível à realidade para os varejistas e empreendedores, pois desde o final do ano passado, o segmento de bens de consumo, como da linha branca, automóveis e eletrodomésticos, está sentindo o forte impacto da desaceleração econômica em seus respectivos faturamentos.

Em meio a essa crise, dois setores poderão ver uma luz no final do túnel, o de alimentação, os brasileiros estão comendo mais “fora de casa”, optando por delivery, rotisserias e restaurantes, e o de vestuário, se souber aproveitar o período de troca de coleções. Eles são a “bola da vez”, já que sempre há grandes liquidações no começo do ano e, com isso, atração para que os consumidores comprem mais e, nesse momento, se alimentem fora de casa. Porém, isso não quer dizer que não terão desafios pela frente, fazendo-os rever o planejamento de ações e financeiro para o assombroso 2015.

De maneira geral, se essas empresas conseguirem aproveitar o alerta para escassez de água e as restrições ao crédito para consumidores, poderão ver seu faturamento no azul, entretanto investimentos serão primordiais. Por exemplo, renovar maquinário para um modelo mais econômico, tanto em energia quanto em consumo de água; ampliar o período de baixa nos preços e realizar venda casada de produtos, como, no caso, dos eletrodomésticos.

Ainda nesse contexto, mas migrando para os cenários dos grandes centros comerciais, o grande gerador de fluxo nos shoppings, por exemplo, é o mercado de moda, que acaba alavancando lucro para outros setores. Uma alternativa para continuar no ritmo crescente é ampliar o período de liquidação, que geralmente termina no começo de fevereiro. A indústria de vestuário e as lojas devem aproveitar a volta à rotina da população para esvaziar os estoques, antes do lançamento da nova coleção de inverno. Estender preços menores por mais tempo será uma ótima pedida para fazer bons negócios e manter as vendas no varejo.

Com essa maior movimentação, os outros setores, como o de alimentação também tende a se beneficiar. Estando no shopping para uma compra de oportunidade, o consumidor tende a se alimentar fora de casa também. Porém, o empreendedor deste segmento deve ficar atento e renovar seu maquinário, pensando, principalmente, em economizar água, problema que está atingindo as grandes metrópoles brasileiras.

Algumas redes estão pensando em mudar o horário de atendimento em função do horário de abastecimento da água, mas, via de regra, isso é um erro. O cliente já está habituado a frequentar o local em determinado dia e horário e respeitar essa demanda é fundamental para manter as vendas aquecidas. Uma alternativa é, ao invés de lavar louça na mão, aos poucos, optar por uma máquina de lava-louça com maior capacidade, otimizar freezer e geladeira, para gastar menos energia, ampliar a capacidade de armazenamento da água (instalar nova caixa d’água) e até temporizadores para as torneiras e descargas. A economia não deve ser só do consumidor, mas do empresário também, para não fechar as portas na cara do cliente.

2015 será um ano de estagnação e, em alguns casos, até de recessão para muitos setores. É importante ter jogo de cintura, planejar as ações e economizar para conseguir manter as contas no azul.

*Este artigo foi publicado originalmente no Portal do Empreendedor Santander.

Luis Henrique Stockler

Consultor de Franquias

Graduado em Administração de Empresas pela FGV, especializado em Marketing pela ESPM e MBA’s de Gestão pelo ITA/ESPM. Palestrante credenciado na ABF e, na área acadêmica, ministra aulas de gerenciamento de franquias e marketing na FIA/PROVAR e gerenciamento imobiliário para varejo na FGV-SP.

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