De dez empresas que nascem, duas morrem antes de completarem dois anos de existência no Brasil, aponta dados do IBGE –Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Nesse cenário, a franquia aparece como a alternativa mais segura para empreender, já que o negócio está vinculado a uma rede consolidada, exigindo um esforço menor de marketing e comunicação.
De fato, os números comprovam isso. Segundo a ABF -Associação Brasileira de Franchising-, a taxa de mortalidade de franquias é de apenas 5% durante os três primeiros anos. É certo que o apoio do franqueador garante maior segurança ao negócio, mas, mesmo que o empreendedor decida abrir uma franquia de marca consolidada no mercado e com gestão eficiente comprovada, o franqueado precisa ser cuidadoso e fazer um planejamento adequado para que tenha o retorno positivo.
O ideal é evitar as decisões errôneas logo ao abrir sua empresa, para que não precise fazer reparos futuramente. Confira alguns dos principais erros dos franqueados.
Principais erros dos franqueados
1. Escolher uma rede diferente do seu perfil
Fazer uma análise cuidadosa do negócio antes de abrir uma franquia é fundamental. É necessário estudar e verificar se a marca se adequa ao seu perfil, investimento e expectativas.
Precisa ter afinidade com segmento e marca, além de entender a estrutura operacional do negócio. Não basta optar por uma rede, apenas pensando no lucro ou menos ainda só porque gosta de chocolate ou de perfume, por exemplo. O candidato tem que se identificar com a operação do negócio.
2. Não escolher o ponto comercial adequado
Além de vincular-se a uma a boa rede, é preciso escolher o lugar certo para se instalar. O ponto comercial deve priorizar o público alvo da marca, analisando o fluxo, o perfil das pessoas que frequentam o local e o que as motivam a irem até lá.
Verificar a qualidade do imóvel, condições físicas, visibilidade e se o tempo de contrato de locação é compatível com o retorno do investimento projetado. Estes fatores também são essenciais.
3. Não analisar o mercado
É essencial que o empreendedor faça um estudo do mercado em que irá atuar. Analisar os hábitos e costumes dos seus consumidores; estudar os concorrentes; e saber as perspectivas do setor para os próximos anos e os possíveis riscos são fundamentais para ingressar no setor.
4. Não gerenciar o departamento de Recursos Humanos
O departamento de RH tem papel relevante no negócio. Descrever os cargos dos integrantes da equipe e avaliar o desempenho de cada um é fundamental para se evitar o desalinhamento das expectativas dos funcionários e da própria empresa.
Deixar de monitorar, valorizar e acompanhar o desempenho do funcionário significa aumento de custos e tempo gasto em um novo processo de seleção.
5. Não dimensionar o capital de giro do negócio
Muitos empreendedores erram ao acreditar que o investimento inicial é o capital de giro, quando, na verdade, o capital de giro é o montante necessário para fazer a empresa girar, pagando suas despesas do dia a dia.
Por isso é preciso ter dinheiro reserva, principalmente nos primeiros anos da franquia e entender sobre finanças, caso contrário contratar uma consultoria para ajudá-lo.
6. Agir de forma independente à rede
Após adquirir experiência no mercado, alguns franqueados começam a agir de forma autônoma à rede. No sistema de franquia a relação é mútua e cada um precisa do outro para sobreviver no mercado.
O franqueado precisa se adaptar às regras da franquia, seguindo um padrão determinado pela franqueadora. Isso é determinante para o sucesso.
7. Não ler o manual de orientação da rede
Uma simples leitura do manual pode evitar alguns entraves do dia a dia. Esse material orienta o franqueado sobre a operação do negócio, marketing promocional, inauguração, identificação do ponto comercial ideal, entre outros pontos.
Angelina Stockler
Consultora de FranquiasGraduada em Administração de Empresas e Biologia, com especialização em Administração Rural em UC Davis-Califórnia e MBA em Gestão de Franquias pela FIA/USP, possui 20 anos de experiência nas áreas de marketing estratégico, diretoria comercial e negócios. É também membro do comitê de moda da ABF.
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